Uma leva de novos torcedores
nascem a cada dia em todos os cantos do mundo. Lembro-me de que em 1992, o meu
pai, assim como muitos vizinhos, comemorava um título mundial do São Paulo. Eu,
ainda assim, segui forte naquilo que tocava o meu coração. E confesso, não era
a massa que bradava conquistas. Não eram os amigos de escola que assim como os
seus pais, torciam para o time do momento. Eu torcia para algo maior. Por uma
camisa que eu queria, e sequer tinha naquele ano.
Foi ainda em 92 que, eu
chorei pela primeira vez por uma derrota. A final do Paulista me doeu na alma.
Eu apenas ainda não entendia o motivo de tanta dor. Mas fiz uma promessa pra mim
mesmo no dia daquela final: “O ano que vem será diferente. Eu vou mostrar pra
todo mundo que o meu time é o maior de todos”.
Mal sabia eu que, não estava
em minhas mãos fazer algo para levar o meu time ao título. Mal sabia eu, na “sabedoria”
dos meus oito anos de idade, que, o jejum de conquistas era longo... Beirava os
17 anos.
Alguns tios brincavam: “Escolheu
o time errado. Sua mãe torce pra ele e você vai junto?”. Eu os desafiava: “Eu
falo a escalação inteira do meu time. Vocês falam as dos seus?”. E confesso que
ser visto como amante de futebol ainda tão cedo era uma sensação única.
Devorava jornais. Lia tudo o que encontrava sobre. E foi então, que, no ano
seguinte, recebi de presente a camisa do meu time. A primeira. A número nove. O
meu avô olhou e lançou: “Você não sabe de quem é a nove”. A resposta veio fácil:
“Evair”.
E foi nesse ano que eu tive
o prazer de ver a história acontecer. Final do Paulista contra o Corinthians.
Ninguém acreditava no título. Eu tremia em frente a TV. Passei mal feito
criança, que de fato, era. E quando o juiz apitou o final, quando eu olhei para
a arquibancada do estádio, quando ouvi fogos sem parar nas ruas... Nossa! Ali
eu entendi o que eu era. O que era o meu time. Era amor. Que de criança
cresceria. Que cresceu. Que viu mais títulos. Que viu craques ímpares do
futebol vestirem a camisa mais linda que existe no mundo. A camisa que eu
escolhi para vestir para o resto da minha vida e por toda a eternidade. A
camisa que não importa em qual situação se encontre, estará comigo como símbolo
de um torcedor de verdade. Que foi do inferno ao céu e vice-versa, não uma, mas
várias vezes. Que irá quantas mais forem precisas. Que viu conquistas e desastres.
Ídolos e jogadores que jamais deveriam vestir o manto. Mas que sempre esteve e
sempre estará ao lado do time que ama.
Não há como terminar esse texto sem citar o
grandioso Joelmir Beting:
"Explicar
a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a
quem não é palmeirense... É simplesmente impossível!"
Peço licença aos
companheiros palestrinos, pois, terei que me adiantar nas congratulações do
nosso querido time. É que, em pleno século XXI, o meu acesso à internet em casa
é precário. E, provavelmente, eu não conseguirei postar esse texto daqui a duas
horas, que era a minha intenção. Mas posto agora, desejando sempre, mais e mais
anos de glória. Mais e mais motivos para que novos amantes do futebol
encontrem, assim como eu, o seu verdadeiro amor na Sociedade Esportiva
Palmeiras.
Parabéns pelos seus 100
anos, meu Palmeiras. Parabéns por ter uma história única, que, foge às
explicações. Te agradecerei sempre, pois, Palmeiras, minha vida é você!
Abraços palestrinos à Torcida que Canta e Vibra.
Por Rafael Correia