Não é de hoje que o campeão do século passado sofre com más administrações. Também não é novidade que o time que ostentou geniosas gerações de atletas, que iam de Ademir da Guia à Alex, de Oberdan à Marcos, hoje sofra com os improvisos improváveis de nomes que surgem como apostas de última hora.
Ao retorno do campeonato nacional de 2014, o elenco palmeirense que já não contava com grandes nomes, deu-se ao “luxo” de abrir mão do seu maior valor, o contestado e polêmico Valdívia. Opiniões à parte é inegável que o Mago fará falta em um meio campo limitado e quase inexistente. Assim como é fato que a perda do camisa 14 com ar de camisa 9 para um rival é notória e traz consequências lamentáveis para nós, torcedores, amantes e fanáticos esmeraldinos. Nem há o que se dizer então do xerife Henrique. Assim como Valdívia, chegou, foi campeão, honrou o manto, foi transferido, retornou para casa para mais uma vez ser campeão (inclusive de uma série B trágica), e agora, mais uma vez partiu para outro continente.
A iminência de perder Weslley é grande. Preocupa. De certo modo, também já é aceitável. Mas o problema para um time do porte do Palmeiras, campeoníssimo em sua história, amado por milhões, é simplesmente o fato de esquecer o seu passado e se apegar apenas ao que vem pela frente, sem pensar no que acontecerá no futuro.
Parte da torcida entende que é preciso conter custos, que é complicado administrar um elenco onde um jogador que estava esquecido em um time europeu ou era ídolo de uma equipe equatoriana queira ganhar um salário alto, logo após de ser lembrado pelo Palmeiras, logo após de ter a oportunidade de aparecer com uma grande camisa. A torcida entende que tudo isso infelizmente faz parte do futebol moderno. O que ela não consegue absorver é um volante improvisado na lateral, quando se tem um lateral emprestado em outro time, além de um lateral de ofício no banco. A torcida se desanima ao ver um volante de raça, um Galeano uruguaio no banco, reserva de um jogador que em um passado muito próximo negou-se a vestir o manto alviverde. Nós, a torcida, a alma que dá vida ao campeão do último século, estamos simplesmente cansados de ver Pierres indo embora para que Ricardos Buenos e Daniéis Carvalhos venham para o seu lugar.
Hoje, a aposta é a argentinização do elenco. E há quem diga que o Palmeiras não tem dinheiro... Acabou de comprar um Vélez!
Que essa safra hermana traga então a tão sonhada tranquilidade, aliada a um padrão tático e ao espírito guerreiro, que em décadas passadas era tão presente, que hoje é tão raro.
Só nos resta aguardar, e como sempre, torcer.
Abraços palestrinos à Torcida que Canta e Vibra!
Por Rafael Correia
